quarta-feira, 27 de setembro de 2006


SE-RE-NI-DA-DE

Morfeu me dera de seu vinho. Eu já estava bêbada, prestes a cair em seus braços. Foi aí que eu procurei no obnubliado baú da memória ("bi" "ba" "me" "mo"....adoro o movimento da boca quando falo isso) a voz da minha doce mamãe que me embalava e pedia a Papai-do-Céu para que me desse aquilo que ela chamava de "Serenidade".

SE-RE-NI-DA-DE. Desde o ventre, o significado dessa palavra nunca foi tão claro pra mim, e não o é empiricamente, se você quer saber. Mas nunca precisei tanto que Papai-do-Céu me desse aquilo que mamãe pedia com tamanha fé: "Serenidade".

Não a serenidade que é confundida com conformismo -- essa palavra me irrita -- Não a serenidade anestesiante dos Fleumáticos. Nem mesmo aquela que em Latim é nome de anti-depressivo e calmante. Mas a Serenidade que só os que confiam em algo maior podem ter. A Serenidade de quem tem certeza que o que tem de ser será.

É aí que as palavras da Luz reverberam em minha mente e se confundem com as da minha mamãe. SE-RE-NI-DA-DE. É aí que eu realmente fecho os olhos. É aí que sinto um calor se derramar dentro de mim. É aí que jogo o controle fora. "O que tem de ser nosso... será". "O que tem de ser será...". Entrego-me a Morfeu e ele canta a noite inteira para mim: SE-RE-NI-DA-DE.

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