
Fantasmas, Xadrez e Clichês.
Hoje à noite um fantasma veio me assombrar.
O fantasma de uma Letícia que está tão intresecamente em mim que eu não consigo exorcizá-la.
Ela apareceu montada em um cavalo, com uma coroa na cabeça e dois bispos do lado. Preto-Branco-Preto-Branco. 64 vezes. Que mania de pensar no próximo passo antes mesmo de ter dado o primeiro. Essa mania de viver no futuro. De pré-viver o que ainda nem é.
Eu li em algum lugar -- não me pergunte onde, porque eu nunca lembro -- que o presente não existe. É uma ilusão. O que chamamos de presente vira passado antes mesmo que consigamos dizer "presente". Quando li isso, confesso que fiquei chocada, como um bebê que percebe que está vivo. Mas eu seria uma grande sofista se quisesse fazer você engolir a não-existência do presente para justificar a mania dela de jogar xadrez com a vida.
Esta noite eu briguei com a menina e seu escudo de tabuleiro preto e branco. O espelho de um lado... o fantasma do outro. Eu quero taaaaanto viver o agora. Os meus desejos. Os meus sentimentos... Tudo o que é REAL agora em mim eu quero viver. Putz... só percebi o trocadilho agora...Sinal?
Você não imagina o quanto é difícil falar tudo isso enquanto tem um fantasma gritando no seu ouvido um "eu-diiiiiiisseeee" sobre o que ainda nem aconteceu.
Pode parecer clichê. E talvez seja mesmo. Já que negar um clichê usando um é mais clichê do que um clichê. Mas... o clichê é este:
Cansei de viver algo que nunca nem foi. Decido que se eu precisar me arrepender é melhor que seja por algo que foi ruim do que por algo que nem nunca foi.
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