CHORA, MENINA...



Podes chorar... aqui está meu ombro... vou calar minha boca, vou só ouvir teu choro e soluço.
Podes chorar... chora.
Eu avisei... mas não direi isso.

Apenas chora, menina do espelho... porque a tua paixão, não aquela por outro, mas aquela que é inerente a ti... essa tua paixão, menina, nos deu os momentos mais felizes e mais tristes que já tivemos.

Chora, menina do espelho...
lava a tua alma com tua lágrima...
chora um rio inteiro...
Se Hércules fez aquele trabalho...
tuas lágrimas hão de te lavar.

Chora, menina do espelho...
Chora um rio...
Chora o amargo, porque provaste o doce.

Logo tu, menina...
Não fugirás dessa dualidade.
Essa é tua sina.
Tua origem.
Essa és tu.

Chora, menina...
Curte a escuridão...
Curte o soluço...
Curte a dor...

Curte pois é curto.
Eu te prometo, menina.




Chora um rio.
Pois amanhã estarás rindo.